Mãe de adolescente mantida presa em casa vivia em trisal e os três foram presos após a fuga da jovem, diz polícia
23/11/2025
(Foto: Reprodução) Adolescente mantida em cárcere por dois anos relata rotina de tortura
A mãe da adolescente de 16 anos mantida presa em casa por dois anos vivia com o marido e outra mulher e os três foram presos após a fuga da jovem, na sexta-feira (21), por policiais militares do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR). A adolescente detalhou que sofria violência dos três adultos, segundo a polícia; veja vídeo.
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O caso aconteceu no Setor Leste Vila Nova, em Goiânia, e só foi descoberto porque a vítima conseguiu fugir durante a madrugada e pedir ajuda a uma mulher que a ajudou a falar com o pai e denunciar o caso.
A adolescente estava magra e debilitada.
Reprodução/TV Anhanguera
A adolescente e a mãe são de Novo Gama, no Entorno do DF, e haviam se mudado para a capital há dois anos, após a separação do casal. Uma criança de oito anos, filha da terceira pessoa presa, também morava na residência onde ocorreram os crimes, segundo apuração da reportagem da TV Anhanguera.
Ao g1, a Polícia Civil informou que o flagrante foi feito pela Delegacia Estadual da Mulher (DEAM), contudo, a investigação ficará sob responsabilidade da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA, para onde o procedimento será encaminhado na segunda-feira (24).
À nossa reportagem a DEAM informou que os suspeitos estão detidos, mas não deu informações sobre a ocorrência, nem sobre o crime no qual o trio irá responder. O g1 não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos presos.
A adolescente passou por exames do Instituto Médico Legal e está sob os cuidados do pai. Em entrevista exclusiva à TV Anhanguera, a jovem diz ter dormido numa cama e ganhado um celular.
Queimada com cigarros
No Boletim de Ocorrência, a adolescente relatou aos policiais que foi agredida com cabos elétricos, madeiras e tubos de PVC, além de ter sofrido queimaduras causadas por cigarro. Ela também disse ter sido vítima de violência psicológica, pois os agressores inventavam que a avó paterna havia morrido e a faziam acreditar que merecia os maus-tratos por ser “uma pessoa ruim”.
Adolescente sofria violência física e psicológica
Reprodução/TV Anhanguera
De acordo com a polícia, imagens encontradas no celular da mãe mostram marcas das agressões, incluindo vergões e cicatrizes distribuídas pelo corpo da menina.
Ainda conforme o documento, a adolescente relatou que entre os castigos impostos estava a proibição de tomar banho e a restrição de alimentação. O Boletim de Ocorrência também registrou que ela não soube dizer aos policiais quando havia feito sua última refeição completa, nem conseguiu lembrar a última vez em que comeu uma fruta durante os dois anos de maus-tratos.
O documento também diz que a adolescente contou que entre os castigos também estava ser impedida de tomar banho e ficar sem alimentação. O BO também destacou que ela não conseguiu lembrar a última vez em que comeu uma fruta nesses dois anos.
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