Dono de loja de carros de luxo é preso suspeito de dar golpes, tem veículos apreendidos e R$ 3 milhões bloqueados
12/06/2025
(Foto: Reprodução) Suspeito é investigado por estelionato e associação criminosa. Delegado informou que mais de 100 casos são investigados contra o dono da loja. Dono de loja de carros de luxo é preso suspeito de dar golpes, tem veículos apreendidos e R$ 3 milhões bloqueados
Divulgação/Polícia Civil
O dono de uma loja de compra, venda e consignação de carros de luxo, em Goiânia, foi preso na manhã desta quinta-feira (12) suspeito de estelionato e associação criminosa, informou a Polícia Civil. O suspeito teve todos os veículos apreendidos e R$ 3 milhões bloqueados. A esposa dele já tinha sido detida por suspeita de desviar R$ 2,5 milhões de clientes também por meio da venda de carros de luxo.
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O g1 não obteve contato da defesa do suspeito até a última atualização desta reportagem. A defesa da esposa dele informou, por meio de nota ao g1, que a loja foi vítima de um golpe no mês de dezembro de 2024, no valor de aproximadamente R$ 2 milhões em prejuízo, o que reverberou em relação aos demais clientes.
A defesa também informa que a esposa do suspeito e sócia da loja tomou a frente das situações que ocorreram, resolvendo várias delas, por conta do estado debilitado de saúde em que seu esposo estava (confira a nota completa ao final da reportagem).
Segundo a Polícia Civil, a loja de veículos de luxo induziu a erro, somente no ano de 2025, mais de uma centena de pessoas.
“Eles pegavam os carros em consignação, vendiam esses veículos e não passava os valores para os proprietários. O comprador também ficava no prejuízo, porque o comprador não tinha o veículo transferido para o nome dele e nem o proprietário tinha o dinheiro do carro. Eles lesavam as duas partes”, explicou o delegado Diogo Rincon, responsável por investigar o dono da loja.
Segundo o delegado, são mais de 100 casos investigados contra o empresário. Rincon explicou que, em alguns casos, o suspeito e a esposa dele pagavam o valor parcialmente ou davam um cheque sem provisão de fundos, ou com divergências de assinaturas para que voltassem. Em relação aos prejuízos causados às vítimas, o delegado informou que o valor fica em torno de R$ 3 milhões.
"Quando as vítimas somavam 25, o valor dava em torno de R$ 3 milhões. Considerando que agora são mais de 100 vitimas e se fizermos uma média, vai dar cerca de R$ 10 a R$ 12 milhões. Todavia, precisa de ser apurado esse valor", explicou o delegado.
Operação Chave de Vidro
No dia 3 de junho, a esposa e sócia do dono da loja de luxo foi presa suspeita de desviar R$ 2,5 milhões de clientes por meio de venda de carros de luxo. Segundo a Polícia Civil, dez pessoas a denunciaram por apropriação indébita qualificada em uma loja de revenda de veículos em Goiânia.
O g1 entrou em contato da defesa para um posicionamento, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. Para a polícia, a empresária disse que estava passando por problemas financeiros, mas que estava resolvendo.
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No dia da prisão dela, os policiais também cumpriram dois mandados de busca e apreensão na casa da empresária e na loja. O delegado responsável pela investigação contra a empresária, Igomar Caetano, disse ao g1 que ela realizava a venda com a comissão de 3% via contrato.
De acordo com a Polícia Civil, a empresária teria desviado os valores por meio de uma loja de revenda de carros de luxo, recebendo veículos em consignação. Ela realizava a venda e se apropriava integralmente dos valores, sem fazer os repasses para os donos dos veículos.
O delegado Igomar informou que a situação foi se agravando com a quantidade de vítimas. “A situação foi ficando insustentável porque virou uma bola de neve. Ela foi mantendo uma loja de luxo com oito funcionários, isso não se sustenta com porcentagem de 3%, mesmo seja de carro de luxo”, explicou.
Nota da defesa
Primeiramente considero que a Justiça Goiana e a Polícia Civil agiram dentro da legalidade e de acordo com as informações que chegaram.
Em segundo lugar, infelizmente minha cliente não pode exercer o seu contraditório nos procedimentos da Polícia Civil - ainda que minimamente, e isso prejudicou muito a sua condição, tanto é que está presa até o presente momento.
A defesa destaca que a empresa foi vítima de um golpe no mês de dezembro de 2024 - aproximadamente 2 milhões em prejuízo, e isso reverberou em relação aos demais clientes. Existe um boletim de ocorrência narrando toda situação (mas esse procedimento não foi levado a sério pela polícia civil).
A sócia minoritária, esposa do proprietário, se colocou à frente das situações que acabaram ocorrendo, inclusive resolvendo várias delas, tendo em vista que seu esposo estava em situação de saúde debilitada.
Inclusive é importante ressaltar que eu a conheci representando alguém que havia tido problemas com a loja. Ela resolveu prontamente o caso e a partir desse momento me pediu ajuda para resolver as outras situações. Quando comecei a tentar resolver as demais situações, ela foi presa.
Acabei ficando tão responsável somente por resolver e tratar da questão penal.
Presa, hodiernamente, significa nada mais nada menos do que o impedimento de tentativas de resolução dos programas em relação à empresa, tendo em vista a condição do esposo dela - saúde.
Acredito que o Judiciário erra em mantê-la presa, porque hoje é a única pessoa que estava tentando organizar saídas para resolver as situações que estão sendo reclamadas agora diante do Judiciário. E tudo isso, vale a pena reiterar, por causa da saúde do marido, que o impedia de estar à frente das situações.
Empresária é presa suspeita de desviar R$ 2,5 milhões com venda de carros de luxo
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