Clínica de médico suspeito de ameaçar servidora já havia sido interditada outras vezes, diz delegado
26/11/2025
(Foto: Reprodução) Médico é preso em Rio Verde acusado de perseguir e aterrorizar uma servidora pública
A clínica do médico suspeito de ameaçar uma servidora da Vigilância Sanitária de Rio Verde já havia sido interditada outras vezes, segundo o delegado Márcio Marques. Ao g1, o investigador disse que as fiscalizações aconteceram em 2022, 2023 e 2025. João Paulo Peloso Reis e Passos foi indiciado por coação no curso do processo e ameaça.
Em nota, a defesa do médico disse que respeita as autoridades, mas que discorda das conclusões apresentadas. Disse ainda que todos os fatos serão devidamente esclarecidos e que permanece à disposição para todos os esclarecimentos necessários (leia nota completa ao fim da reportagem).
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Segundo o delegado, foram encontrados pela Vigilância Sanitária na época medicamentos vencidos, local insalubre e que não eram seguidos os protocolos da vigilância.
De acordo com o delegado Márcio Marques, responsável pela investigação, o médico contratou dois homens para enviar mensagens ameaçando a servidora
Reprodução/ Instagram de João Paulo Peloso Reis e Divulgação/ Polícia Civil
"Tais fiscalizações, iniciadas em 2022 e reiteradas em 2023 e 2025, resultaram em autos de infração gravíssimos e na interdição do local por diversas vezes, devido a irregularidades sanitárias que expunham a risco a saúde pública", disse o investigador.
O g1 entrou em contato com a Vigilância Sanitária de Rio Verde e com a prefeitura, que informou que não pode dar mais detalhes sobre as fiscalizações anteriores em virtude da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Ainda segundo o delegado, após a última fiscalização, a clínica regularizou o que estava fora dos padrões da Vigilância e já havia retomado o funcionamento.
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Ameaças
Na última fiscalização da clínica do médico, foram encontrados medicamentos vencidos e locais impróprios para a realização de cirurgia, segundo o delegado. A partir disso, a polícia apurou que João Paulo contratou um "detetive" de Anápolis, que chamou mais um suspeito, para vigiar e ameaçar a servidora.
"A conta chega para todos. E, às vezes, quem paga essa conta nem somos nós, é quem mais amamos (...). Talvez esse CPF possa ser cancelado", diz uma das mensagens enviadas a ela.
João Paulo em fotos publicadas nas redes sociais
Reprodução/Instagram de João Paulo Peloso
De acordo com polícia, o primeiro envolvido encontrado foi o detetive, que colaborou com a investigação e está cumprindo medidas cautelares. "Ele não negou nada, nos passou todos os recibos do dinheiro que recebeu da clínica do médico, contou em detalhes".
Os detetives teriam recebido R$ 7 mil para monitorar a servidora. Segundo o delegado, o inquérito foi concluído e os três foram indiciados por ameaça e coação no curso do processo, crime de usar violência ou grave ameaça para favorecer a si ou a terceiro em um processo judicial, policial ou administrativo.
Nota da defesa do médico na íntegra
A defesa do médico João Paulo Peloso Reis e Passos manifesta seu absoluto respeito às autoridades responsáveis pela investigação. Contudo, discorda veementemente das conclusões apresentadas pela autoridade policial, as quais não refletem, neste momento, a totalidade dos elementos que ainda serão produzidos ao longo da persecução penal.
A defesa reforça que, no curso regular do processo, com a observância do contraditório e da ampla defesa, todos os fatos serão devidamente esclarecidos, demonstrando a correção da conduta do médico João Paulo.
Reiteramos nossa confiança na Justiça e permanecemos à disposição para todos os esclarecimentos necessários.
Jefferson Silva Borges
Arício Vieira da Silva
Gabriella Christina Ferreira Lima
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