Alunos que organizaram festa de formatura após cancelamento por empresa pagaram cerca de R$ 1,5 mil por formando, diz mãe
12/12/2025
(Foto: Reprodução) Empresa cancela baile e alunos fazem festa em 24h, em Goiânia
Os alunos que organizaram a própria festa de formatura após o cancelamento por uma empresa pagaram cerca de R$ 1.500 por formando pela festa. O pacote foi pago pelos estudantes do Colégio Estadual Albert Sabin, em Goiânia, em parcelas de maio a novembro, segundo a mãe de uma das formandas.
O caso aconteceu em Goiânia, e os alunos souberam do cancelamento da festa um dia antes da data prevista inicialmente. Eles tiveram apenas um dia para reorganizar o evento, que acabou sendo realizado na casa de uma das alunas.
Em nota ao g1, a RS Gestão de Eventos esclareceu que dois dos três eventos contratados foram realizados e que, em um primeiro momento, não houve cancelamento. O documento informou ainda que foi enviado às famílias um comunicado oferecendo remarcação da data ou reembolso, porque o evento não atingiu o número mínimo contratual de 50 participantes e que a maioria optou pela devolução (veja nota na íntegra abaixo).
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Sonho destruído
Ao g1, a técnica de enfermagem Elisângela Alves da Silva contou que a festa de formatura era o sonho da filha, Isadora Nayara Ribeiro Alves, de 18 anos. Ela disse que a adolescente chorou muito e passou a noite acordada, sentindo-se enganada.
“Era um sonho que ela estava realizando, algo muito esperado. Foi um ano pagando, sonhando com a formatura, planejando como seria o penteado, a maquiagem, o vestido, porque ela não debutou, não fez festa de 15 anos, então estava apostando tudo nessa formatura. Queria fazer filmagem, fotos, ter algo na vida para mostrar”, disse.
Estudante Isadora Nayara Ribeiro Alves (à direita) e os colegas em baile improvisado (à esquerda).
Arquivo Pessoal/Elisângela Alves e Anna Clara Kojima
A mãe contou que a filha não quer mais saber do vestido comprado para a festa, porque ficou traumatizada. “Até o vestido dela está aqui em casa, um vestido lindo. Ela falou para vender ou fazer qualquer coisa porque não quer nem ver”, disse.
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Contrato com as famílias
Segundo Elisângela, todos precisaram pagar uma entrada.
“No começo, a gente fez até uma rifa para poder pagar a entrada, porque tinha que dar R$ 300 de entrada para parcelar o restante. Minha filha fez, junto com mais duas ou três colegas, uma rifa para cada uma pagar a sua entrada. Mobilizou familiares, mobilizou amigos para conseguir iniciar essa formatura dela”, disse.
Elisângela informou que a empresa ofereceu o ressarcimento, mas ela não optou pela devolução.
Alunos do Ensino Médio no Colégio Estadual Albert Sabin. / Reprodução/Arquivo pessoal de Anna Clara Kojima
Cancelamento um dia antes
Segundo a diretora do colégio, Sandra Maria de Oliveira, em entrevista ao g1, a empresa é responsável por eventos de outras instituições e, em anos anteriores, havia cumprido o contrato. Ela disse que não participou do processo de contratação dos serviços pelas famílias.
“O contrato é diretamente com os alunos, com as famílias. Não temos responsabilidade jurídica com os contratos, mas temos uma responsabilidade moral porque a empresa foi até a escola”, afirmou.
Segundo a diretora, a empresa cumpriu dois serviços e cancelou o último, que era o baile, às vésperas do evento, com a garantia de que faria em outra data. Mas, no fim, confirmou que a festa no Albert Sabin estava cancelada, alegando ‘falatórios’.
“Ele cancelou de várias outras escolas, uma inclusive no dia, às 10h. Ele não nos atendeu, mandou uma mensagem com a proposta de adiar ou fazer em nova data. E por fim mandou uma mensagem cancelando a nossa escola alegando que, devido à repercussão do caso, os fornecedores não o atenderiam”, disse.
Festa improvisada
Segundo a estudante Anna Clara Kojima, uma das formandas, ela pagou R$ 2.780 pela festa porque comprou duas mesas. Ela estava à frente da comissão organizadora e descobriu, junto com a diretora, que a festa seria cancelada.
De acordo com a jovem, o grupo decidiu organizar a própria festa e conseguiu montar o evento em 24 horas. A reunião aconteceu na casa da estudante, com a ajuda dos pais. O grupo se revezou e cada um levou itens como comida, refrigerante e cadeiras.
Nota - RS Gestão de Eventos
"A RS Gestão de Eventos informa que todas as escolas que possuem contrato vigente com a empresa tiveram dois dos três eventos entregues conforme previsto, mantendo o compromisso assumido com alunos, pais e instituições.
Para as escolas que não atingiram a quantidade mínima de participantes estabelecida em contrato, foi apresentada a opção de reagendamento da data ou reembolso dos valores pagos. Contudo, a maioria dos participantes optou pelo reembolso, o que tornou inviável a realização do evento remanescente na data inicialmente proposta.
Lamentamos profundamente os transtornos ocasionados. Ressaltamos que fatores como o baixo número de participantes e inadimplência impactam diretamente a estrutura financeira necessária para a execução de eventos desse porte, tornando imprescindíveis tais medidas.
Reforçamos que todas as informações e orientações oficiais estão sendo repassadas exclusivamente pelos grupos de WhatsApp das formaturas, garantindo organização, transparência e centralização da comunicação.
A RS Gestão de Eventos permanece empenhada em conduzir a situação da melhor maneira possível, prezando pelo respeito e pela responsabilidade com todos os envolvidos."
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